Contaminação de Arsênio expõe população em Minas Gerais

Contaminação de Arsênio expõe população em Minas Gerais

Reportagem do EL País Brasil mostra uma realidade preocupante sobre as águas do córrego Rico e o solo do entorno de Paracatu, noroeste de Minas Gerais. Eles estão contaminados com arsênio, um dos elementos químicos mais tóxicos da natureza. Empresas locais e autoridades informam que o nível do arsênio está dentro de limites estabelecidos, porém hà relatos de ocorrências de doenças características da contaminação. O arsênio é um elemento químico que não faz parte do metabolismo normal dos seres humanos, a exposição é ocupacional ou ambiental.

A toxicidade do arsênio depende do seu estado químico. A dose letal média do arsênio é de 763 mg/kg, sendo praticamente todos os compostos de arsênio tóxicos para o ser humano, uns mais do que outros. Além de tóxico, o arsênio é bioacumulativo. Quando o arsênio é introduzido no organismo humano – seja ele orgânico ou inorgânico – ele é rapidamente convertido a espécies altamente tóxicas que reagem com os grupos sulfidrilas das proteínas, inibindo e bloqueando os processos celulares do indivíduo. O arsênio exerce ações inibidoras em relação a enzimas contendo grupos SH, podendo inibir a síntese de ATP e afetar o metabolismo energético, glicídico e lipídico. O Arsênio inibe a respiração mitocondrial; compete com fosfato durante a fosforilação oxidativa; inibe a conversão de piruvato a Acetil-COA, pela reação com ácido lipóidico e reage com 2-cetoglutárico desidrogenase, impedindo a conversão a Succinil COA, o que desacopla a fosforilação oxidativa e estimula a ATPase mitocondrial. O As trivalente promove ainda a redução dos níveis de glutationa, importante antioxidante para os processos reparadores de inativação de radicais livres e garantia da integridade das membranas celulares. Tudo isso causa danos a respiração celular, que leva a desordens como multiplicação desordenada das células ou até mesmo à morte celular.

A via de excreção principal do arsênio no ser humano é a urinária, e apenas quantidade mínima é excretada via bile. Calcula-se que praticamente todo arsênio inalado e absorvido por essa via é excretado pela urina nas formas de arsênio inorgânico e nas formas metiladas MMA e DMA, outras vias de excreção incluem o leite materno no período de lactação e a deposição em tecidos ricos em queratina que são renovados periodicamente, como unhas, cabelos e pele.

Esta notícia evidencia o dano causado a exposição do arsênio, que pode se estender por anos ou até mesmo ser fatal. Deve se exigir das autoridades competentes monitorização constante e a preservação do meio.

Referências
http://brasil.elpais.com/brasil/2015/05/25/politica/1432561404_705347.html

Azevedo F. A. Chasin A.M. -Metais-Gerenciamento da Toxicidade.Ed Atheneu, 2003

Minerais Radioativos: Minerais Venenosos, Cancerígenos e Radioativos. Disponível da URL: http://www.ufrgs.br/museumin/MINVenenosos.htm [Acessado em 28/05/15].

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Contaminação de Arsênio expõe população em Minas Gerais