Modelos preditivos em ecotoxicologia

11 anos atrás

O termo ecotoxicologia foi definido pela primeira vez, em 1969, pelo toxicologista francês René Truhaut para nomear a ciência que “estuda os efeitos das substancias naturais ou sintéticas sobre os organismos vivos, populações e comunidades, animais ou vegetais, terrestres ou aquáticas, que constituem a biosfera”. A ecotoxicologia surgiu como um ramo da toxicologia incorporando suas características metodológicas: foco em padronização, testes laboratoriais com espécie padrão e metodologias de avaliação de risco. Esta herança dificultou a incorporação na ecotoxicologia da teoria ecológica, ciência que como definida por Odum (1971), estuda os sistemas biológicos em níveis organizacionais acima da espécie, ou seja, populações, comunidades, ecossistemas.

A atual necessidade de prever os principais efeitos de agentes tóxicos em populações naturais e sistemas ecológicos tem propiciado o aparecimento de um grande número de modelos preditivos que incrementam o conjunto de modelos convencionalmente usados nas derivações mais reducionistas da ecotoxicologia que consideram efeitos tóxicos a níveis molecular, bioquímico, celular, tecidual e em organismos, ampliando-os de maneira que englobem os níveis hierárquicos mais altos, populações, comunidades e ecossistemas, verdadeiros objetos da ecologia.

 

A ecologia como ciência pluralista é dependente de uma grande variedade de métodos e abordagens, além de diferentes níveis de organização e escalas espaço-temporais. Muitos fenômenos ecológicos são contingenciados pelos organismos envolvidos e seus ambientes e muitos experimentos ecológicos só são válidos para o período, lugar e condições em que ocorrerem. Entretanto, a contingência e a não reprodutibilidade experimental não são fato em todos os campos da ecologia.

 

Existem, na ecologia populacional, princípios que podem ser consideradas gerais, com padrões e regras replicáveis. Três princípios da dinâmica populacional se assemelham às leis gerais da física: o crescimento exponencial (simulado pela equação de Malthus), a auto-limitação populacional (modelo do crescimento logístico de Verhust-Pearl), e a oscilação consumidor-recurso (tendo como modelo clássico o sistema presa-predador de Lotka-Volterra). A incorporação de tais “leis” ou “regras” ampliam a interpretação toxicológica sobre os sistemas naturais. 

 

REFERÊNCIAS, NOTAS OU LINKS

EUGENE P. ODUM. FUNDAMENTALS OF ECOLOGY. 1971 ( Third Edition ): W. B. Saunders, Comp. Philadelphia – London – Toronto

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