Toxicologia Social: A ingestão de álcool na gravidez

Toxicologia Social: A ingestão de álcool na gravidez

O consumo de bebida alcoólica durante a gravidez tem sido um assunto muito discutido como algo nocivo à saúde tanto do bebê quanto da mãe. Sabe-se que o álcool pode prejudicar o processo reprodutivo de várias formas, causando infertilidade, aborto, partos prematuros, natimortos e crianças com déficit mental e ponderal. O álcool é teratogênico, atravessa a barreira placentária e se acumula no líquido amniótico, atingindo assim o feto que está desprotegido. O dano causado na gravidez é proporcional à quantidade ingerida de álcool e ao estágio da gestação, sendo que o primeiro trimestre é o período mais vulnerável.

Alguns médicos permitem a ingestão de até duas dosesde álcool por semana (uma dose equivale a uma lata de cerveja ou uma taça de vinho), porém não há consenso sobre esse limite. De acordo com o American Councilon Science and Health (ACSH) a quantidade de álcool permitida às mulheres gestantes é de não mais que dois drinques (1 onça ou 30 ml de álcool absoluto) por semana, sendo que o mais indicado para a gestante ou mulher que planeja engravidar é a abstinência de álcool.

No entanto, estaautorizaçãopode mudar, de acordo com uma publicação cientifica pelo Journal of Epidemiology and Comunity Health (JECH),a ingestão de bebida alcoólica mesmo em doses baixas pode aumentar o risco de o bebê nascer prematuro ou com peso inferior ao esperado.

O estudo foi feito por pesquisadores da Universidade de Leeds, na Grã-Bretanha,através de um questionáriocom gestantes que apresentavam baixo risco de complicações no parto.O resultado finalsugere que as voluntárias que bebiam mais do que duas doses de álcool por semana apresentaram duas vezes mais probabilidade de dar à luz um bebê prematuro ou menor do que o esperado, comparado com as mulheres que se mantiveram abstêmias. Entretanto, mesmo aquelas que não excederam as duas doses, tinham um risco aumentado de desenvolver um parto prematuro.

Assim, enquanto não surgem estudos ainda mais conclusivos, a não ingestão de álcool durante a gravidez é a maneira mais segura de se evitar danos ao bebê e sua genitora. Essa constatação segue o posicionamento defendido pela Organização Mundial de Saúde (OMC)  , pela Academia Americana de Pediatria, pelo Colégio Americano dos Ginecologistas e Obstetras, e pela Sociedade de Pediatria de São Paulo.

Referências

ACSH – American Council on Science and Health. Disponível em:http://jech.bmj.com/
Autor indisponível. Álcool no início da gestação dobra risco de parto prematuro. Disponível em:http://saude.terra.com.br/gestacao/alcool-no-inicio-da-gestacao-dobra-risco-de-parto-prematuro,3abfa467ed1b4410VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html
REGINATO G.; Na gravidez, até dose baixa de álcool prejudica o bebê. Disponível em:http://blogs.estadao.com.br/pilulas/dose-baixa-de-alcool-tambem-e-prejudicial-na-gravidez/

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