SSO: Toxicologia comportamental pode contribuir para a identificação antecipada de danos, prevenindo a saúde dos trabalhadores.

SSO: Toxicologia comportamental pode contribuir para a identificação antecipada de danos, prevenindo a saúde dos trabalhadores.

Disponibilizado na Revista Brasileira de Saúde Ocupacional (RBSO), o artigo evidencia a importância de se considerar a análise das condutas humanas na saúde ocupacional e ambiental, enfatizando que as percepções e atitudes dos trabalhadores em relação aos riscos de determinados agentes, podem fornecer informações valiosas para a prevenção de doenças ocupacionais. Apresentando, portanto, que a abordagem comportamental pode ser integrada às práticas de gestão de saúde e segurança no trabalho e meio ambiente.

Como em casos de fadiga, estresse ou estados pré-clínicos de doenças neurológicas, os testes incluem avaliações motoras, sensoriais e cognitivas, permitindo uma avaliação abrangente do funcionamento do sistema nervoso.

Esse tipo de testes é útil tanto na pesquisa científica quanto na prática clínica, permitindo um diagnóstico precoce e um acompanhamento de modo a oferecer subsídios para o desenvolvimento de processos de produção mais seguros, além de reduzir o impacto trabalhista e orçamentário nas indústrias.

Uma alternativa que permite estimar o grau de exposição ambiental a substâncias tóxicas com moderado a alto grau de confiabilidade, é a observação direta e o registro de comportamentos previamente determinados.

Esses apontamentos avaliam que medidas neurocomportamentais podem ser influenciadas por agentes tóxicos, permitindo o aprimoramento de práticas de higiene industrial para trabalhadores em condição de insalubridade.

É sugerido pelos estudos analisados que funções cognitivas podem ser afetadas em condições subclínicas de exposição a solventes, e que esses prejuízos comportamentais podem anteceder uma neuropatia também induzida por eles, citando como exemplo a exposição ao Hexano.

Este produto químico, pode gerar sintomas como a sonolência, tontura, fraqueza muscular, parestesia, prejuízo sensorial, visão turva, frieza nas extremidades, diminuição dos reflexos dos tendões, alteração em parâmetros eletrofisiológicos ou mesmo o quadro clínico de polineuropatia. “Alguns trabalhos mostraram que, após exposição variando entre 10 e 60 minutos ao hexano comercial, em concentrações entre 3.520 e 17.600 mg/m3, manifesta-se sinais de intoxicação caracterizados por sonolência, tontura e depressão do Sistema Nervoso Central.

A ocorrência de neuropatia sensório-motora periférica foi documentada em exposições variando entre 106 e 8.800 mg/m3, em trabalhadores que fabricavam sandálias ou impermeabilizadores, expostos por períodos que excediam 8 horas por dia”.

O ensaio conclui que a toxicologia comportamental é um interessante campo na avaliação ocupacional, podendo fornecer auxílios importantes para um dia-a-dia mais seguro, e ainda, “tomar o comportamento humano como um índice de avaliação toxicológica e monitoramento da segurança e saúde ocupacional é uma forma de articular ciência básica, aplicada, desenvolvimento tecnológico e inovação em prol da saúde, além de um responsável desenvolvimento social”.

A publicação pode ser acessa na íntegra por meio do link: https://www.scielo.br/j/rbso/a/cgksLq7crZNQg34TPXTdGTq/

Nathália B. Ortigoza

Documentação de Segurança

SSO: Toxicologia comportamental pode contribuir para a identificação antecipada de danos, prevenindo a saúde dos trabalhadores.