A atual necessidade de prever os principais efeitos de agentes tóxicos em populações naturais e sistemas ecológicos tem propiciado o aparecimento de um grande número de modelos preditivos. Estes modelos têm incrementado o conjunto de modelos convencionalmente usados nas derivações mais reducionistas da ecotoxicologia que consideram efeitos tóxicos a níveis moleculares, bioquímicos, celulares, teciduais e em organismos. Muitos fenômenos ecológicos são contingenciados pelos organismos envolvidos e seus ambientes e muitos experimentos ecológicos só são válidos para o período, lugar e condições em que ocorrerem.
Entretanto, a contingência e a não reprodutibilidade experimental não são fato em todos os campos da ecologia. Existem, na ecologia populacional, muitos princípios que podem ser consideradas gerais, com padrões e regras replicáveis. Baseada nestes, a ecotoxicologia populacional cobre um vasto numero de tópicos voltados principalmente para temas como: a epidemiologia de doenças relacionadas a agentes químicos; os efeitos em determinadas qualidades populacionais gerais tais como taxas demográficas e persistência; e a genética populacional. Três princípios da dinâmica populacional se assemelham às leis gerais da física: o crescimento exponencial (simulado pela equação de Malthus), a auto-limitação populacional (modelo do crescimento logístico de Verhust-Pearl), e a oscilação consumidor-recurso (tendo como modelo clássico o sistema presa-predador de Lotka-Volterra). A incorporação de tais “leis” ou “regras” ampliam a interpretação toxicológica sobre os sistemas naturais.
Em artigo publicado este mês na revista cientifica Ecotoxicology and Environmental Contamination, os autores Maurea Flynn, gerente de estudos especiais da Intertox e William Pereira, Bio.Sensu Consultoria Ecológica, apresentam as diversas linhas de evidências que sugerem que os efeitos de estressores atuando em populações podem ser calculados acuradamente pela modelagem populacional. Usando dados de monitoramento de populações naturais, os autores aplicaram modelos populacionais e discutem a possibilidade de estabelecer diagnoses ambientais a partir de conceitos estritamente ecológicos. Oferecem ainda um procedimento para a modelagem de dados de populações naturais e para o estabelecimento de endpoints populacionais.
REFERÊNCIAS, NOTAS OU LINKS
Veja o artigo na integra em
Ecotoxicology and Environmental Contamination
Vol 8, No 1 (2013): 75-85.
http://siaiweb06.univali.br/seer/index.php/eec/issue/view/228
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