O transporte de produtos perigosos envolve riscos significativos à saúde humana, ao meio ambiente e à integridade da carga. Para garantir a segurança da operação e evitar penalidades, é fundamental adotar um conjunto de boas práticas no transporte de produtos perigosos que estejam alinhadas à legislação brasileira e aos padrões internacionais.
Neste artigo, você verá quais são essas boas práticas, quais erros costumam levar a autuações, como evitar penalidades com medidas preventivas e o papel da gestão técnica especializada nesse processo.
O que são produtos perigosos para o transporte?

Produtos perigosos para o transporte são substâncias ou artigos que apresentam riscos à saúde, à segurança pública ou ao meio ambiente durante o transporte. Esses produtos são classificados com base em critérios da ONU, organizados em nove classes de risco, como inflamáveis, corrosivos, tóxicos e radioativos.
Por que seguir boas práticas no transporte de produtos perigosos?
Adotar boas práticas no transporte de produtos perigosos é fundamental para:
- Prevenir acidentes e contaminações;
- Proteger vidas e o meio ambiente;
- Garantir o cumprimento das legislações, como a Resolução ANTT nº 5.998/2022 e suas alterações;
- Evitar multas, apreensões de carga e interdições;
- Preservar a imagem e a operação logística da empresa.
Legislações que regulam o transporte de produtos perigosos
Empresas que atuam com esse tipo de carga precisam seguir uma série de normas e regulamentações. As principais são:
| Legislação / Norma | Abrangência | Finalidade |
| Resolução ANTT nº 5.998/2022 | Nacional | Regulamenta o transporte terrestre de produtos perigosos |
| Decreto nº 96.044/1988 | Nacional | Aprova o Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos |
| Norma ABNT NBR 7500 | Nacional | Estabelece simbologia e identificação de riscos |
| Acordo ADR | Internacional (Europa) | Normas internacionais de transporte terrestre |
| Orange Book (ONU) | Global | Critérios de classificação e codificação dos produtos que servem de base para as regulamentações locais |
O descumprimento dessas normas pode gerar autuações com valores que variam conforme a infração e o tipo de carga.
Penalidades por irregularidades no transporte
A tabela a seguir mostra exemplos de infrações e penalidades previstas pela legislação brasileira:
| Infração | Descrição | Multa Aplicável |
| Ausência de documentação de segurança | O veículo não apresenta documentação obrigatória | R$ 1.500,00 a R$ 5.000,00 |
| Rótulo de risco inadequado ou ausente | Produto não está devidamente identificado | R$ 1.200,00 por unidade |
| Falta de treinamento do motorista | Condutor não capacitado em curso MOPP | Interdição + multa de R$ 1.800,00 |
| Transporte com embalagem danificada | Risco direto à segurança e ao meio ambiente | R$ 2.000,00 ou apreensão da carga |
Essas penalidades impactam diretamente os custos logísticos e a operação da empresa. Por isso, aplicar boas práticas no transporte de produtos perigosos é essencial para manter a regularidade.
Boas práticas no transporte de produtos perigosos
1. Classificação correta do produto
A primeira etapa é classificar corretamente o produto segundo o sistema da ONU. Essa classificação determina o tipo de embalagem, o rótulo, a documentação e os cuidados durante o transporte.
2. Uso de embalagens adequadas e homologadas
A embalagem deve resistir às condições de transporte e conter o produto sem vazamentos ou contaminação. Ela deve ser homologada e apresentar os códigos de identificação correspondentes.
3. Rotulagem e sinalização de risco
É obrigatório o uso de rótulos de risco e painéis de segurança (lateral e traseiro) no veículo, de acordo com a classificação do produto. A ausência ou uso incorreto desses elemnentos é uma das infrações mais comuns.
4. Documentação completa e atualizada
O transporte deve ser acompanhado por:
- Documentação de segurança (pode ser a Ficha de Emergência);
- Documento Fiscal com informações específicas do produto;
- Declaração de Carga.
Manter todos os documentos organizados é parte essencial das boas práticas no transporte de produtos perigosos.
5. Veículo e motorista capacitados
O condutor deve possuir o curso MOPP (Movimentação e Operação de Produtos Perigosos) válido. O veículo deve estar licenciado para esse tipo de operação, com equipamentos obrigatórios, como:
- Kit de emergência;
- Extintores compatíveis;
- Painéis reflexivos de segurança.
6. Plano de ação para emergências
A transportadora deve possuir um plano de resposta a emergências químicas. Isso inclui comunicação com autoridades, uso de EPIs, isolamento da área e neutralização de riscos.
7. Treinamento e conscientização contínuos
Todos os profissionais envolvidos, desde o carregamento até a entrega, devem ser treinados periodicamente sobre riscos, manuseio seguro e atualização das normas vigentes.
Erros comuns que levam a multas e como evitá-los
| Erro Frequente | Como Evitar |
| Documentação de segurança | Realizar revisões periódicas com apoio técnico especializado |
| Rotulagem errada | Validar a simbologia conforme ABNT NBR 7500 |
| Documentação incompleta | Verificar checklists antes do embarque |
| Motorista sem MOPP | Controlar validade dos certificados e reciclagens |
| Veículo não sinalizado | Manter painéis e rótulos visíveis e em bom estado |
| Falta de plano de emergência | Desenvolver junto a consultorias técnicas |
Essas falhas podem ser evitadas com um sistema de gestão e treinamento adequado baseado nas boas práticas de transporte de produtos perigosos.
Benefícios de seguir boas práticas no transporte de produtos perigosos
Além de evitar multas, adotar essas práticas oferece vantagens operacionais e reputacionais:
- Redução de riscos de acidentes;
- Melhoria na eficiência logística;
- Maior confiança dos clientes e parceiros;
- Acesso a contratos com exigência de certificações;
- Fortalecimento da imagem institucional no mercado.
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