Neste artigo você encontrará um panorama completo — e atualizado — sobre o comparativo do GHS na América Latina, ou seja, como diferentes países latino-americanos adotaram o Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS) às suas legislações nacionais.
O objetivo é oferecer insumos práticos às empresas que atuam ou pretendem atuar com substâncias e misturas químicas na região, destacando divergências importantes e como gerenciar a conformidade.
O que é o GHS e por que o “comparativo do GHS na América Latina” importa
O GHS foi desenvolvido pela Nações Unidas como um sistema comum de classificação e rotulagem de produtos químicos, para proteger a saúde humana e o meio-ambiente e facilitar o comércio internacional.
Cada país, porém, escolhe quando e como adotar o GHS, quais “blocos de construção” utilizar, e qual escopo (ambiente de trabalho, consumidores, transporte, importação). Isso significa que o comparativo do GHS na América Latina revela diferenças operacionais que são relevantes para:
- classificação de substâncias/misturas;
- elaboração da Ficha com Dados de Segurança (FDS);
- rotulagem de produtos;
- requisitos para importação e exportação.
Para empresas que atuam em vários países da América Latina, esse comparativo não é opcional, ele se torna peça central da estratégia de conformidade e da logística regulatória.
Principais variáveis de comparação
Antes de aprofundar por país, é importante entender quais variáveis compõem esse comparativo dos GHS na América Latina:
- Edição revisada do GHS adotada (ex: 4ª, 5ª, 6ª, 7ª ou mais recentemente).
- Setores cobertos: ambiente de trabalho, consumidor, pesticidas/agroquímicos, transporte.
- Normas nacionais específicas (ex: no Brasil, ABNT NBR 14725)
- Requisitos de rotulagem em idioma local, número de emergência, formato da FDS.
- Prazos de implementação e se há exigência de registro de substâncias/misturas (tipo “REACH-like”).
Com essas variáveis mapeadas, é possível construir uma tabela de comparação entre os principais países da América Latina.
Comparativo entre países-chave da América Latina
A tabela a seguir apresenta um resumo do estado da implementação do GHS em alguns países latino-americanos — base para o comparativo dos GHS na América Latina.
| País | Regulamentação principal / implementação | Edição GHS adotada* | Escopo coberto | Comentários específicos |
| Brasil | Decreto 10.833/2021 + série ABNT NBR 14725 | 7ª edição revisada; atualização recente mencionada em 2023. | Substâncias/misturas, indústria, ambiente de trabalho | Renomeação de FISPQ para FDS no Brasil. |
| Argentina | Resolução SRT 801/15 + atualizações | 5ª edição revisada. | Ambiente de trabalho (industrial) | Exemplo de adoção relativamente rápida em 2015-17. |
| Chile | Decreto 57/2019; regulamentações adicionais | 7ª edição revisada para alguns setores. | Ambiente de trabalho + consumidor | Registro químico obrigatório para alguns produtos. |
| Colômbia | Decreto 1496/2018 + Resolução 773/2021 | 6ª edição revisada para ambiente de trabalho (implementação plena tardia). | Ambiente de trabalho, pesticidas, transporte | Entrada em vigor escalonada até 2023. |
| Costa Rica | Decreto 40.457-S + RTCR 481:2015 | 6ª edição revisada. | Ambiente de trabalho + alguns produtos para consumidores | Regulamentação ainda em progresso. |
| México | Norma oficial NOM / em desenvolvimento | 3ª edição revisada. | Ambiente de trabalho e outros | Reformulação em discussão em 2025. |
*Vale observar que nem todos os países indicam formalmente qual edição revisada do GHS adotaram.
Esse comparativo permite identificar que, apesar da meta de harmonização global, as diferenças nacionais ainda são relevantes.
Análise de diferenças e implicações práticas
Edição adotada
No comparativo dos GHS na América Latina, a variedade de edições adotadas impacta diretamente.
Por exemplo, se o Brasil atualizou para uma edição mais recente enquanto a Argentina permanece em uma edição anterior, um produto pode precisar de rotulagem ou ficha de dados distintas para cada país — mesmo fisicamente idêntico.
Escopo de aplicação
Alguns países aplicam o GHS apenas para ambiente de trabalho, outros para consumidor ou transporte.
Essa diferença exige atenção no comparativo dos GHS na América Latina ao considerar exportações, rotulagem, e faturamento. Por exemplo, no Chile há cobertura para consumidores, enquanto em outros países ainda se concentra em indústrias.
Requisitos de rotulagem e FDS
Diferenças importantes no formato da ficha técnica (FDS), idioma obrigatório, número de emergência e pictogramas fazem parte do comparativo dos GHS na América Latina real.
Registro e sistema tipo “REACH”
Um fator emergente no comparativo dos GHS na América Latina é a obrigatoriedade de registro de substâncias/misturas, à semelhança do que ocorre no europeu. O Chile e a Colômbia já iniciaram o processo de adoção desses regimes. O Brasil ainda discute o início do processo.
Impacto para o comércio internacional
Diferenças nacionais reduzem a eficiência do comércio e da conformidade. No comparativo dos GHS na América Latina, entender estas divergências ajuda a antecipar retrabalho, custos adicionais e garantir logística regulatória fluida.
Exemplos práticos de aplicação
Caso 1: Uma empresa brasileira exportando para a Argentina
Suponha que uma empresa no Brasil rotule uma mistura química segundo a ABNT NBR 14725 (edição vigente no Brasil).
Ao exportar para a Argentina, se esta usa uma edição anterior ou exige pictogramas diferentes, será necessário adaptar o rótulo e a FDS.
Esse paradoxo ilustra a relevância do comparativo dos GHS na América Latina.
Caso 2: Mistura agroquímica vendida no Chile e Colômbia
No Chile, há registro obrigatório de substâncias químicas para consumo alargado. Na Colômbia, a implementação está mais recente, com escopo para trabalho, pesticidas e transporte.
A empresa precisa verificar qual parte do GHS serve para cada mercado e adaptar. O comparativo dos GHS na América Latina ajuda a mapear essas diferenças.
Relevância para o Brasil – cenário nacional
No Brasil, a adoção do GHS via ABNT NBR 14725 começou em 2009 (parte 1 e 2) e prosseguiu com a parte 3 (rótulos) em 2012, parte 4 (FDS) em 2014.
Em 2023 o Brasil atualizou a norma para consolidar os quatro partes e também para renomear a FISPQ para FDS, com prazo de dois anos para adaptação.
Para empresas no Brasil que exportam ou importam produtos, o comparativo dos GHS na América Latina torna-se um instrumento estratégico para:
- ajustar a logística de conformidade;
- evitar sanções ou devoluções de produtos por rotulagem/rótulo/FDS não conformes em outro país;
- reduzir retrabalho e custos associados.
Recomendações para utilização do “comparativo do GHS na América Latina” em sua empresa
- Mapeie os países-alvo de sua operação na América Latina e identifique, para cada um, a edição revisada do GHS adotada, os blocos de construção aplicados, os setores cobertos. Use essa lista para alimentar um checklist de conformidade.
- Padronize internamente um “modelo base” de FDS e rótulo para cada país mapeado.
- Monitore atualizações regulatórias — o GHS global é revisado periodicamente (por exemplo, a 11ª edição revisada foi publicada em julho 2025). As alterações nacionais podem exigir adaptações.
- Invista em treinamento da equipe de P&D, abastecimento, exportação, para que entendam as implicações de diferenças no “comparativo do GHS na América Latina”.
- Conte com assessoria especializada que domine a diversidade regulatória latino-americana — a interdisciplinaridade entre química, regulamentação e logística importa.
Como a Intertox pode ajudar
Se você enfrenta o desafio de atuar com substâncias ou misturas químicas na América Latina, o mapeamento preciso do comparativo dos GHS na América Latina pode demandar tempo e especialização.
É aqui que a Intertox entra:
- análise regulatória personalizada país a país;
- adaptação de FDS (Ficha com Dados de Segurança) e rotulagem conforme cada jurisdição;
- acompanhamento de atualizações de normas e prazos;
- suporte para importadores, exportadores e fabricantes nacionais com presença regional.
Se quiser garantir conformidade rápida, com redução de retrabalho e risco regulatório, fale com a Intertox hoje mesmo e avance com segurança em seus projetos químicos.
Ao compreender o comparativo dos GHS na América Latina, você se posiciona à frente: reduz riscos, otimiza processos e fortalece sua presença no mercado latino-americano com base regulatória sólida.