Nova droga para tratamento de Malária é aprovada em testes

7 anos atrás

Um estudo publicado na revista científica Science revelou que cientistas descobriram um novo medicamento para tratar a forma mais comum de malária no Brasil: a tafenoquina. Com mecanismo dinâmico, a droga promete tratar, em uma única dose, cepas mais resistentes da doença.

A malária é uma doença infecciosa cujo agente etiológico é um parasito do gênero Plasmodium. As espécies associadas à malária humana são: Plasmodium falciparum, P. vivax, P. malariae e P. ovale. No Brasil, nunca foi registrada uma transmissão autócene de P. ovale, que é restrita a determinadas regiões da África. A transmissão natural da malária ocorre por meio da picada de fêmeas infectadas de mosquito do gênero Anopheles, sendo mais importante a espécie Anopheles darlingi, cujos criadouros preferenciais são coleções de água limpa, quente, sombreada e de baixo fluxo, muito frequentes na Amazônia brasileira.

A infecção inicia-se quando os parasitos são inoculados na pele pela picada do vetor, os quais irão invadir as células do fígado, os hepatócitos. Nessas células, multiplicam-se e dão origem a milhares de novos parasitos, que rompem os hepatócitos e, caindo na circulação sanguínea, vão invadir as hemáceas, dando início à segunda fase do ciclo (chamada de esquizogonia sanguínea), onde começam a surgir os sintomas da malária. Na fase sanguínea, há o rompimento de hemáceas e invasão das demais, dando início a ciclos repetitivos de multiplicação eritrocitária. O tempo de repetição dos ciclos dependem da espécie do parasita, podendo variar de 48 a 72h.

O Plasmodium vivax é o parasita responsável por 85% dos casos de malária no Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT). Em Manaus, por exemplo, a malária vivax causa totalidade dos casos. Este novo medicamento poderá ser utilizado no tratamento de prevenção da malária vivax em pessoas que fazem turismo na região. Atualmente, só existem no mercado drogas auxiliares na prevenção da malária falciparum, frequente na África, mas associada apenas a 15% dos casos no Brasil.
A tafenoquina é uma forma sintética de um antigo medicamento, a primaquina, que trata a forma latente da malária vivax quando a doença chega ao fígado.
A primaquina já está no mercado há mais de 40 anos e seu tratamento é de 14 dias. Como os sintomas da doença desaparecem antes do final do tratamento, muitos pacientes interrompem a administração do medicamento devido aos efeitos colaterais que a droga pode ocasionar (anemia, mal-estar etc.). Uma vez que o tratamento não seja realizado de forma correta, os pacientes ficam sujeitos à recaídas da doença. Já a tafenoquina , é administrada em apenas uma dose. Apesar de ter sido desenvolvida há, aproximadamente, 30 anos, só agora é que os testes clínicos foram levados adiante (com resultados satisfatórios). A multinacional GSK é quem detém a patente da droga.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), há 212 milhões de novos casos de malária por ano. Mais de 90% dos casos ocorrem na África. Em 2015, a malária matou 429 mil pessoas, a maioria na África. Metade da população mundial vive em áreas de risco de malária. Segundo o Ministério da Saúde, houve 143 mil casos de malária no Brasil em 2015, ano com números mais recentes.
 
Referências

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